terça-feira, 18 de maio de 2010

Alguma cura

Tem época em que tudo que te incomoda na vida é não ganhar na mega sena.

Você está feliz com o seu cabelo, com o seu corpo, com a sua casa, com o seu emprego, com a sua relação amorosa, sem desavenças com nenhum ser humano que você se lembre, sem problemas com a família. Tudo vai na mais santa e gloriosa paz.

É claro que há sempre problemas com o pessoal que liga no meio do expediente querendo te fazer adquirir um novo plano de saúde, um novo plano pro celular, um novo cartão de crédito. Ou ainda os atendimentos ao consumidor da vida, que insistem em te deixar na espera por uns 45 minutos...ou ainda qualquer coisa que você compra e vem com defeito - ou pior, uma blusinha linda que depois que você lava, encolhe. Mas esses são os seus piores problemas.

Por muito tempo a autora deste blog esteve ausente, pelo fato de que os problemas que ela tinha eram mais facilmente resolvidos pelo Procon. Mas....como nada na vida dura pra sempre, um dia o mundo resolve que vai cair na sua cabeça, sem aviso prévio...

Aí você tem que viver com aquela dor de cabeça insuportável por muitos e muitos dias antes que ele resolva se mover novamente. E por mais que ele esteja lá por semanas, você simplesmente não consegue acostumar a conviver com aquilo.

Você fica com uma aparência cansada, desolada, acabada. Você não consegue disfarçar. As pessoas te olham e sabem. Você não está legal.

O cabelo já não fica mais do jeito que você quer. Nenhuma roupa do guarda-roupa infinito te deixa feliz com o espelho. Você discute com as pessoas sem precisar de muito motivo pra isso. E quando a moça da operadora concorrente te liga pra oferecer um novo plano de minutos você começa a chorar e contar sua vida pra ela...

Tudo porque você é sensível demais, e uma pessoa que você gosta demais te machucou um pouco além do que você suporta. E, por mais que ela esteja arrependida, nada além do tempo resolve aquela falta de ar.

Talvez uma tequila possa curar o mal estar temporariamente, mas algumas horas depois tudo volta a ser como antes. Talvez longas conversas que virem a madrugada também ajudem, mas nem sempre há disposição pra se fazer isso. Alguma criatividade. Algum espaço. Alguma fé. Talvez.

terça-feira, 9 de março de 2010

À minha Texuga


"Coisa mais linda da minha vida, eu não esqueci seu aniversário nem por um segundo. E nem por nenhum dia depois do dia 4. O problema é que essa béstia que você chama de amiga não anotou seu telefone novo e estava sem internet, porque estava de mundança. E o chefe tá foda, não deixa entrar em orkut, msn e até o email da revista logo logo ele proibe. Tanto que eu só vi seu scrap hoje, dia 9.
Mas tá certo. Mea culpa. Eu preciso achar um jeito de me redimir. Mas não pense que eu esqueci. Muito pelo contrário: o fato de não ter falado com você fez com que eu praticamente pensasse nisso 24h por dia. E não é nenhuma hipérbole não!
Mas que bom que hoje, mesmo que por um mequetrefe scrap, a gente "se encontrou" e eu posso falar que apesar de você estar ficando muito velha, eu ainda te amo...rs
Te desejo muita saúde, pra você viver mais uns 100 anos - e assim a gente possa se ver mais umas 10 vezes pelo menos.
Te desejo muita bondade no coração, pra que você possa perdoar a minha ausencia nesse dia tão especial. Te desejo muito dinheiro, pra que você me dê presentes maravilhosos no meu aniversário, no meu casamento (pois você será madrinha), no aniversário dos meus filhos (pois você também será madrinha!).
Bom, eu acho que basicamente é isso. Ah! E favor mandar seu telefone novo por testimonial.

Ps: te amoooooooooooooooooooo. vem mi ver pra eu te dar um abraço de aniversário! prometo que eu faço brigadeirão e compro salgadinho da dona eliza!"


(conteúdo originalmente postado num scrap do orkut. mas depois a autora desse blog percebeu que nada mais digno do que ressuscitar esse blog com uma homenagem ao aniversário de sua melhor amiga, Carol "Texuga" Azenha).

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pare. Olhe. Respire.

Feriado prolongado, sem dinheiro. (A greve dos bancos atrapalhou alguns planos). Domingo a noite, noite linda. Namorido e eu resolvemos caminhar até uma famosa e deliciosa sorveteria.

Chegando lá, milhões de crianças gritavam e corriam, milhares de pessoas conversavam muito alto...e até um cachorro latia ao lado da nossa mesa. Que pena. A Lunata costumava ser um lugar mais calmo...mas noites quentes tem esse poder sob sorveterias. Paciência...

De repente um casal me chama atenção. Um casal calmo e silencioso. Ele de terno, ela de coque. Um casal que deve estar na casinha dos 80. No meio do caos total, uma serenidade de dar inveja. As crianças puxavam cadeiras e batiam na cadeira da senhorinha, que não parecia se importar. Ela só tomava sorvete e falava baixinho, o que fazia o esposo se curvar, se aproximando um pouco mais para ouvi-la. O mundo nem reparou que os dois estavam ali. Mas eu não conseguia tirar os olhos deles.

Lembrei dos meus avós. Pensei em mim e no Fabrício. Questionei o furacão em que minha vida se transformou. E meus olhos se encheram de água. Bem ali, no meio da sorveteria. Aquele casal fez zilhões de pensamentos passarem pela minha cabeça. Comecei a pensar em como somos estúpidos de correr tanto. Como somos estúpidos por fazer tudo com pressa. Como o mundo é insensível.

Voltei mais devagar para casa. Mas mal chegou a terça-feira, primeiro dia depois do feriado, e aqui estou novamente acelerada. Perdi o controle do portão de manhã, sai atrasada e esqueci o casaco. Preciso terminar de digitar o texto para poder correr pro médico. E essa semana é o fechamento da revista e sou madrinha de casamento. Mais correria, menos tempo pra sentir a vida.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mulheres neuróticas x mulheres mal resolvidas


Não sei se alguém que lê esse singelo blog já confundiu uma coisa com a outra. Pelo menos a minha ideia de uma coisa e de outra é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito diferente.
Mulheres neuróticas são praticamente todas as mulheres do mundo. Quem nunca ficou encafifada com alguma desculpa do namorado, ou com alguma coisa que o chefe falou? Quem nunca perdeu uma noite pensando nisso? Quem é que não surta um pouquinho, pelo menos uma vez no mês? Mulheres neuróticas não são nada além de mulheres frágeis. Por isso se afetam com alguma facilidade. Mas não há mal algum dentro delas.

Já as mulheres mal resolvidas são um tanto venenosas. Mulheres dissimuladas. Tá certo. Não são só mulheres. Temos seres humanos horríveis de todos os tipos. Mas eu tive o desprazer de trabalhar com algumas delas durante a minha ainda curta carreira de jornalista. (Também as tive em algum tipo de círculo de amizades, é verdade. Mas todo mundo tem seus pecados, né gente?) Mulheres desagradáveis, que tornam o dia um pouco mais difícil, mesmo quando você insiste em ignorá-las (e isso parece deixa-las mais doidas ainda, o que piora o efeito que elas tentam produzir em você).

Sei que é território arriscado falar sobre meu próprio gênero. Seria menos suicida falar sobre os homens e todos os problemas que eles tem. Mas hoje eu necessito desabafar sobre elas a minha felicidade em não precisar mais compartilhar o mesmo espaço - ao menos por enquanto.

E quem é que nunca teve a falta de sorte de dividir o dia com uma pessoa assim? Gente, como é difícil. Não sei bem qual é a minha teoria sobre o tema. Talvez, do mesmo jeito que existe quem fique feliz pela felicidade dos outros, torcendo por eles e estimulando as coisas boas (outro dia uma vendedora dessas lojas de cama, mesa e banho disse que eu deveria me casar, quando eu disse que estava morando com o namorido. Disse que eu seria uma noiva linda. E os olhos dela brilhavam, enquanto ela contava sobre o casamento de uma amiga. Achei tão fofo!), outras ficam felizes por causar o mal. Ou sei lá, a pessoa tem tanta angústia dentro de si que precisa compartilhar aquilo. Ou uma incapacidade de ser feliz e fazer alguém feliz. Sabe lá o que acontece. Como sou pensadora mequetrefe, me reservo o direito de não refletir muito sobre isso, porque sinceramente não me interesso o suficiente pelas causas desses comportamentos. Queira Deus, Buda, Shiva e quem mais olhar por mim que eu não precise mais passar por isso.

Graças a uma intervenção divina, por enquanto eu estou livre da convivência por obrigação, em todos os sentindos. Um trabalho freela tem inúmeras vantagens, minha gente. Vocês tem que experimentar.

E como já comentei com algumas pessoas queridas, depois de muito bater a cabeça faço questão de manter apenas relações saudáveis na minha vida. Deixa eu te contar um segredo: você não precisa conviver com aquela pessoa insuportável.

Tudo bem, as vezes ela estuda com você, trabalha na mesa do lado. Mas aí é chegar em casa e passar uma água benta, e tá tudo bem. Ajuda também levar uma folha de arruda na bolsa, um chamsa ou um olho turco.

Mas sabe aquela pessoa indigesta que vive no seu círculo de amizades? Ah amiga, caí fora. Não vale a pena ser refil de energia pra pessoas tão negativas.

Beijo da Lola

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Eu preciso de tempo


Pra mim, esse blog nasceu por uma necessidade absurda de liberdade de expressão. Eu precisava ter em algum lugar no mundo um espaço pra escrever o que eu quisesse. Chega de editores-chefes que não sabem o que querem fazer. Chega de donos de jornais que nunca serão nada além de empresários. Chega. Eu queria o meu lugar, pra fazer o que quiser.

Mas hoje virei refém. Hoje não. Já faz um bom tempo. Eu vivo pra escrever pros outros. E pra mim, comofas? Fico com esse vazio. A necessidade de escrever pra mim, e talvez, quem sabe - como um bônus - ser lida.

Mas não dá. Não dá tempo de parar pra escrever. Eu só estou aqui porque me permiti 10 minutos de irresponsabilidades. Resolvi que não ia ligar pra ninguém e que não ia a lugar nenhum por 10 minutos. Isso porque eu trabalho em casa. Teoricamente. Apesar de ser freela, o pessoal me quer no escritório diariamente, várias horas. Eu estou perdida.

Preciso de tempo pra fazer alguns exames. É phoda ficar velha e estragada.
Eu preciso de tempo pra namorar e ser namorada. É difícil morar junto e não viver arrumando a sala e o quarto, lavando louça e cozinhando. Tudo em conjunto, é claro, mas não tem mais aquele "se encontrar pra fazer algo legal juntos". Morar junto fode um pouco com o tempo da gente.
Eu preciso de tempo pra lavar o cabelo e conseguir seca-lo, posteriormente. Pois é phoda ter um cabelo tão indeciso quanto a dona deste blog, que não sabe se quer ser liso ou ondulado, e sendo predominantemente uma juba de leão.
Preciso de tempo para ler uma revista, um livro, um blog. Eu preciso me atualizar, afinal, sou jornalista, cacilda!
Preciso de tempo pra entender como esse blog funciona, e porque ele não mostra aos outros quando foi atualizado. Alguém menos analfabeto digital aí, por favor? Preciso de ajuda! Preciso reformar o layout também. Preciso atualizar mais vezes. Cade o tempo, meudeos?
Preciso de tempo para fazer uma caminhada. Ter um carro facilitou minha vida em termos. Nunca corri tanto em todos os meus 20 e poucos anos. Parece que ter carro faz com que as pessoas acreditem que você pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, e eu, pessoa responsável na maior parte do tempo que sou, tento honrar esse compromisso.
E só andar de carro rende uma preguiça, e consequente ganho de peso. Preciso andar. Definitivamente.
Preciso comprar um milhão de coisas. Mas aí, além do tempo, falta também dinheiro. Socorro.

Fora isso, tem ainda problemas tecnológicos: estou apenas com um celular. O outro, Sony, eu comprei em outubro e até hoje já foi pra assistência 3 vezes. Pessoas, aviso de amigo: se você é alguém que PRECISA muito de um celular, não compre um sony. Daqui a pouco a garantia vence e eu não consegui usa-lo por 4 meses seguidos sem ter algum tipo de problema.

Agora eu preciso ir, pois o dever me chama. Literalmente. Meu MSN brilha e apita. SOS.

Beijos da Dolores