É o fim do mundo...
Fomos - eu e minha amiga - cotar uma impressão de um jornal. Um projeto paralelo, no meio de tantos

Nós, projetos de marinheiras de primeira viagem, tentando descobrir o preço de uma tiragem de X exemplares.
A medida em que as pessoas faziam as perguntas sobre o projeto, íamos respondendo.
"Tipo do papel?" "Gramatura?", "Tamanho?", etc, etc...
Depois o povo ficava de me mandar o orçamento por e-mail e beleza, tudo lindo.
Daqui a pouco toca o telefone no escritório e eu atendo: "ONG Origem, boa tarde". E o cara legal diz: "Hã? O que é isso?"
Antes que eu tivesse tempo de explicar, ele já me perguntou, em um tom pouco cordial, se eu é que tinha ligado lá mais cedo pra pedir orçamento.
Eu disse que sim e ele me encheu de perguntas. Eu repeti algumas respostas que havia dado anteriormente, e ele continuo perguntando outras coisas. Eu fui respondendo o que sabia e pedindo também a orientação dele, profissional da área, que deveria saber um pouco mais do que eu, certo?
Claro que não né. Como o caro leitor já sabe, as coisas nunca são simples por aqui.
Daqui a pouco o rapaz queria o meu projeto pronto pra que pudesse fazer um orçamento. E eu tive que responder que meu projeto só estará pronto depois que eu tiver todos os orçamentos de todas as etapas em mãos. Preciso saber o valor de tudo pra saber se vou ter dinheirinhos para pagar certo?
Para o senhor simpático com quem eu estava ao telefone, não estava certo não. Ele queria saber de onde eu tinha tirado aquele tamanho. Como eu sabia a gramatura do papel. Por pouco não me pergunta quem eram meus pais. Tudo num tom muito nada cordial. E enquanto eu tentava explicar o que era o meu projeto, ele me interrompia constantemente.
Eu disse que não estava entendendo porque ele parecia estar bravo comigo. Ele disse que precisava dessas informações para fazer o que eu estava pedindo. Eu já tinha começado a achar aquilo tudo muito estranho, e disse que outras gráficas haviam me passado um orçamento sem eu precisar apresentar um projeto final para elas - (e meu cpf, rg, habilitação, declaração do imposto de renda, histórico escolar, etc e tal).
Ele me perguntou se estava falando em árabe comigo. E eu achei que tinha sido o suficiente. Disse que não precisava dos serviços dele, e que iria trabalhar com as gráficas que já haviam passado o orçamento. Falei que preferia educação antes de qualidade. E ele riu na minha cara e disse que eu era a primeira pessoa que dizia isso pra ele. Eu disse que tinha meus valores.
Ele estava gritando ao telefone, dizendo que eu não sabia o que queria. Eu pedi que ele desligasse o telefone, para que eu não precisasse desligar na cara dele. Mas ele continuou gritando um monte de coisas, que eu não ouvi porque já tinha desligado meus receptores auditivos, e em seguida desliguei o telefone também.
Aí eu fiquei pensando se o mundo não está mesmo acabando. Eu era uma possível cliente dele. E o cara me tratou como...sei lá como. Eu não trato nem empregado, nem bicho nem ninguém desse jeito. Eu acho que o princípio de tudo está na educação. Tratar bem as pessoas independente do que elas precisam ou do que nós precisamos. Mas, segundo o cara da gráfica, só eu penso assim.
Só pra citar outro exemplo de problemas com atendimento ao cliente, outro dia fui com meu digníssimo McDream numa loja do shopping e pedi pra mocinha um moedor de alho e cebola. Ela disse que ia verificar, foi até o balcão falar com a moça do caixa e disse: "Ai, eu queria um leite gelado e..."
E...aí eu parei de ouvir e saí da loja né? Gente, cade o profissionalismo dessas pessoas? Cadê a mãe dessas pessoas? Ninguém mais sabe a diferença entre o lugar de trabalho e a sala de casa? A diferença entre a esposa, a mãe, o cachorro dele que seja, e um cliente?
Pra mim, estamos no fim dos tempos. E é isso por hoje.
Beijo people.