sexta-feira, 24 de outubro de 2008

La verdad

Nada melhor do que fechar a noite desta quinta-feira (porque eu ainda não dormi) com a entrevista com André Comte-Sponville, pela revista Época (03/01/2007 - Edição nº 45), "A consolação da filosofia".


ÉPOCA - O senhor diz que, para o filósofo, uma tristeza autêntica vale mais que uma felicidade mentirosa. Não seria perigoso consagrar o coração à melancolia?

Comte-Sponville
- O filósofo prefere a alegria à tristeza, como todo mundo. Mas ele coloca a verdade num patamar mais alto que todo o resto. Isso não quer dizer que seu objetivo seja a infelicidade. É preciso sempre ter coragem para enfrentar a melancolia ou a tristeza quando surgem. É o único caminho. (grifo meu)

(leia tudo clicando AQUI)

Acho que a frase já sintetizou tudo o que eu poderia desejar dizer neste momento.

Depois de um papo com a profundidade de um pires numa mesa de bar, tudo o que eu precisava era ler essa entrevista pra saber que eu não sou a única no mundo. Um papo com um amigo também ajudou a fortalecer a sensação - e também reforçou a minha idéia de que homens também são seres providos de sensibilidade. Não vou fazer mais considerações, apesar de achar que poderia escrever um livro sobre as sensações dessa noite.

"A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água." (Miguel de Cervantes)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Building Structures


Um guia para você construir um relacionamento bem estruturado



Este blog não tem por intenção se transformar em guia para os Rapazes, Incríveis e Aborígenes (/02 neurônio). Porém, revoltada com algumas das atuais circunstâncias, resolvo aqui tentar alertar aqueles que, além de serem mcdreamys, mcvets e derivados, durante toda a minha vida foram maioria absoluta no meu círculo de amizades.


Queridos e não queridos, amigos e não amigos leitores, homens são seres estúpidos. E não é pouco não. É muito.

As mulheres carregam o estigma do ciúme. Seriam vacas loucas de ciúme. Descontroladas. Ensandecidas. Perturbadas. Neuróticas.

Mas não são. Mulheres não são seres possuídos pelo demônio. O grande problema é que os homens são mestres jedis em abalar aquilo que se conhece como a bendida segurança.

Um homem nunca assume que aquela amiguinha, que vive pendurada no pescoço dele, na verdade é sua maior paga pau. Por mais que isso esteja claro, evidente e até escrito no orkut dela. Um homem nunca revela que já investiu naquela colega gostosíssima do trabalho – e que ou levou um belíssimo e categórico fora ou então já a traçou. Um homem é incapaz de dizer que quer sair com os amigos naquele belo sábado a noite e que quer que sua namorada ( ou escolha aqui o termo de sua preferência) fique no sofá, assistindo Kill Bill. Ao invés disso, prefere jurar que nada disso é verdade. Como se fosse um ser robotizado, programado para atender aos anseios femininos. E depois reclamam das exigências, birras e seus derivados.

“Ah Lola, você está louca. A mulher nos mata se falarmos essas coisas”.

Queridos, a titia garante: não mata não. Mulheres não aparecem no noticiário com seus ex-namorados de reféns.

As mulheres não são seres descontrolados. Na verdade, na maior parte do mês, elas têm muito mais controle do que qualquer homem bem evoluido. Elas só perdem o domínio de suas consciências a medida em que os homens não cultivam com elas o segredo de todo bom relacionamento de sucesso (pausa para a iluminação da palavra com holofotes à la Hollywood): a cumplicidade!

São vocês, meus xuxus, que não sabem cultivar esse sentimento. Por que será que na maioria das vezes os homens estão tão seguros e as mulheres se descabelam? Por que o cara não fica com medo de ir jogar bola e deixar a mulher com o dia todinho livre pra fazer o que quiser, acreditando que ela vai apenas fazer as unhas?

A mulher chega contando que foi cantada, que foi cortejada, que foi paquerada, que foi quase agarrada, que foi a tal lugar com tal pessoa. Ela conta tudo. E vocês pensam que é pra fazer ciúme. Quanta estupidez, minha gente!

A mulher faz isso porque conhece como ninguém a arte de cultivar a cumplicidade. Ela não quer te proibir de fazer nada. Ela não quer fazer bico porque você vai tomar cerveja com os amigos. Ela até quer que você saia sozinho às vezes, porque baby, acredite, ela também quer sair sozinha. Ninguém vira irmão siamês só porque está saindo/namorando/casado/derivados.

Já os homens criam um pacto de silêncio. Eles guardam aqueles episódios para si e para seus colegas, amigos, amigas, vizinhos. Mas pra mulher deles não pode contar. Por que negar o que está tão evidente? Por queeee?

Alou galera. Já foi o tempo em que o silêncio resolvia as coisas. Hoje temos orkut, sms, informações rolando na velocidade da luz. O namorado está conversando com uma periguete na balada e ao mesmo tempo a namorada já recebeu uma mensagem da sua mais nova amiga de infãncia (que estava lá no mesmo recinto) que fotografou e enviou a mensagem, junto ao endereço do perfil da bruaca no orkut. Ao mesmo tempo você já consegue descobrir toda a personalidade dela por comunidades como por exemplo, “Você me odeia? Seu namorado me ama!”.

Estamos na era da comunicação. Comunicai-vos, ora pois! Vamos conversar, falar o que rola, o que não rola, o que se quer, o que não se tolera, o que se faz, o que se quer fazer. Cartas na mesa, jogo limpo e assim por diante. E se no final o saldo é negativo, “boa sorte”, porque there are so many special people in the world, minha gente!

OBS: É complicado para as pessoas que já tem um relacionamento de anos-luz, tentarem estabelecer esta nova dinâmica. Sugiro que a técnica seja adotada nos primórdios. Porque depois que a insegurança se instalou, é um pouco mais penoso contruir a cumplicidade. Mas mesmo assim, vale a pena tentar.

OBS2: Não seja retardado de querer pegar uma balada federal no sábado a noite em que ela está com TPM. Não conte que a gostosa do trabalho te adicionou no MSN na semana da TPM. E cuidado com a liberdade que você dá para suas amigas do orkut na semana da TPM. Na verdade, você deveria cuidar sempre desse último item. Num dia de TPM feroz, ela pode lembrar do que leu no seu lindo scrapbook e você pode acabar no noticiario...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Relatos de um cotidiano neurótico

Como a vida, definitivamente, não é nada justa, meu novo lindo aparelho celular não funciona. Mas isso é óbvio, é claro, é praticamente uma certeza matemática. Como algo poderia ser tão simples, como comprar um celular, transferir seu número antigo para ele e ser feliz para sempre? É claro que isso não acontece na minha vida. Nada é descomplicado neste universo neurótico moderno.

Acho que agora, além da maldição do pó compacto (vejam neste post), também tenho a maldição do celulaire. O único problema é que os números 1 e 5 não funcionam. Simples assim, galere.

E como grande prova de que minha vida virou uma piada, com vocês, o texto elaborado pelo fenomenal blogueiro do "Mim Nem Leu", meu great friend mequetrefe favorito e colega de apertamento.

(Nota para aqueles que não me conhecem: Sra Ronca sou eu. "Ronca" é a abreviação do meu sobrenome)



Sra. Ronca: comprei un ceulaire quim veiu cum zum defeito mosso...Sabe voceis du procum divia mim ajuda, sebe!? el fui enganada, mim maltratarru na loja seu procom..mim ajuda, el so uma mouça dinreita, eu num queiro cunfusão com órgo di difesssa dos comprador. mim ajuda..a tecra 5 num fununcia...eu fui lezada..por favor senhor procom..mim ajuda ae

Sr. procom: Você tem a nota do produto?


Sra. Ronca: sim, sim eu tomo nota, sabe?! eu sol formatada jornalista. eu tenhu agenda post-it. fala mosso do procom que eu tomo nota...pode falar....mosso...mosso?


Sr. Procom: Eu perguntei se você tem a nota fiscal do produto.


Sra. Ronca: Annnnnnnnsim....eu tenhu sr. procom olha eu tenho tudo, sim. O sr. vai processa aquela genti ruuuuuuuuuim que feiz insso conmigo mosso?

Sr. procom: Sim, vou processar e matar todos.

FIM