quarta-feira, 25 de junho de 2008

É verdade, gente

"O acaso tem seus sortilégios, a necessidade não. Para que um amor seja inesquecível, é preciso que os acasos se encontrem nele desde o primeiro instante como os pássaros nos ombros de São Francisco".


Milan Kundera

terça-feira, 24 de junho de 2008

Um pesadelo chamado São Paulo Fashion Week – Capítulo III

Como a semana da moda pode acabar com sua paz interior, sua dignidade e com algumas boas amizades também!


Esqueci de mencionar um detalhe sem muita importância sobre a sexta-feira: Lembra dos 4 convites prometidos pela simpática proprietária de uma loja em Lego City, que seriam retirados numa loja da marca correspondente na Oscar Freire?

Pois é. Os convites estavam lá. Mas o pequeno detalhe é que só havia dois convites a nossa espera!!! “Ah Lola, podia ser pior. Podia ser tudo mentira e vocês não iam ter nenhum!” Arrãn. Podia ser pior né...Calma aí...

Saímos rumo ao FW lá pelas 14h. A amiga, que chamaremos aqui de Valerie Malone para facilitar a compreensão do leitor, estava estressada, porque deveríamos sair um pouco cedo de lá para conseguirmos pegar o último ônibus para Lego. “Mas tudo bem amiga, com fé tudo dá certo”, eu disse, numa tentativa de permanecer otimista.

A caminho do negócio, o motorista de táxi, que deve ter uma mãe muito digna, se recusou a levar nós 5 para a Bienal. Tivemos que pagar dois táxis. Urruw. Quanta diversão! Da próxima vez vocês querem ir comigo???

Bom, chegamos no Olimpo da Moda e já havia todo um esquema montado para que todos os 5 integrantes do Barrados no Baile conseguissem entrar. E aí, vão as primeiras, Kelly Taylor e Donna Martin. As duas passam pela portaria sem nenhum problema, a não ser pelo fato de que, pela primeira vez na história do SPFW (de acordo com fontes seguras) os convites são marcados com furinhos (que coisa pobre!). “Entrô uma vez não sai mais. Se saí num vorta!”, falou o porteiro que tem a mãe tão bacana quanto a do taxista.

“Se eu passar mal não posso ir até o hospital e voltar? Preciso de um convite reserva pra passar mal?” disse Kelly Lola Taylor. E o cara me olhou com cara de “não me avisaram o que fazer nesta situação não, dona”.

OK. Donna e Kelly seguiram pela Bienal em busca dos convites perdidos. E ninguém tinha uma merreca de convite pra fazer a alegria de Valerie Malone, Steve Sanders e Brenda Walsh.

Até que tive a grande idéia de ligar para um amigo fashionista que trabalha para um grande nome do jornalismo de moda. Sim, eu tenho contatos. E então ele arrumou um convite para a Valerie.

O porteiro teve a “brilhante” idéia de “dobrar” o material do convite para marcá-lo, pois não conseguiu furá-lo. Felizmente a tentativa de “dobradura” foi mal sucedida, e, pela porta de saída entregamos o mesmo convite para o Steve, que entrou sem grandes problemas.

Nesta mesma hora, tentamos fazer com que Brenda também entrasse com nosso convite usado, mas como este estava marcado com o furo...ela foi Barrada na Bienal.

Porém, não desistimos. Ligamos novamente para o amigo fashionista, e ele arrumou outro convite. Lá fomos nós para a porta de saída, entregamos o convite para a Brenda e a partir deste momento todos estavam felizes, alegres e contentes dentro da Bienal, certo? Errado!

Essa novela toda durou mais ou menos duas horas. Estávamos todos cansados e estressados. Resolvemos parar num dos “barzinhos” lá de dentro pra beber algo e relaxar. Então, eu, que precisava ir embora no sábado em razão do meu concurso no domingo, me atrevi a perguntar que horas deveríamos sair daquele hospício para pegar nossas malas e depois seguir rumo à agradável viagem de busão para Lego City again.

Eis que descubro as verdadeiras intenções de Valerie Malone: ela disse meio sem jeito que não sabia se voltava no sábado.

COMO ASSIM? COMO ME FALAM ISSO SÓ AGORA? SE EU SOUBESSE NÃO TINHA VINDO, PO!

Mas sabe como é né, gente? O SPFW tava tãaaao legal...E a única que tinha compromisso era eu, mesmo. Então, tipo, quem liga né?

Já era praticamente 17h e ninguém sabia se ia embora no sábado. Muito pelo contrário, o povo estava bem inclinado a voltar só no domingo.

Uma hora eu fiquei cansada da palhaçada, levantei e fui embora. Ainda era cedo, mas se o povo não estava muito preocupado com o que tinha combinado comigo, aquele era o último lugar onde queria estar. Melhor perdida numa praça cheia de mendigo. Neuróticos são neuróticos, mas sabem o valor da amizade, do compromisso e da solidariedade.

Eu sei andar em São Paulo? Não! Eu sabia pra onde estava indo? Não! Eu só tinha um endereço.

Peguei um táxi (dessa vez o cara era bacana). Fui até a casa onde estavam nossas malas, arrumei tudo e ainda não eram 18h. Pensei em aproveitar SP, visto que eu não queria ir embora cedo, só queria ir embora sábado.

Liguei pra uma super amiga na tentativa de que pudéssemos tomar um cafezinho na rodoviária, mas ela tinha um casamento. Mas uns 15 minutos depois, ela me ligou dizendo que desistiu de ir ao casamento.

(Viu gente, ainda existe verdadeira amizade nesse mundo!)

Peguei um táxi novamente. Eu não sou rica não. Mas eu não tinha opção. Malas e bolsa gigante, perdida em SP, seria o mesmo que perder tudo que estava na carteira. Preferível gastar uns bons reais segura no táxi do que perder tudo tentando encontrar o ônibus certo.

Então encontrei minha amiga na rodoviária e fomos dar uma voltinha no shopping. Fofocas, risadas e tudo mais pra me fazer esquecer as palhaçadas do SPFW.

As 20h40 voltamos para a rodoviária, nos despedimos e adivinha só quem estava embarcando para voltar à Lego City no ônibus das 21h?

Bom, não precisa nem falar né?

E ainda tive que ouvir essa “Não falei que dava tempo, Lola?”

É né Valerie...falou sim. Claro que falou. Foi por isso que eu fui embora gastar fortunas em táxi...

Bom gente, é isso. SPFW, nunca mais!

Beijos da Lola.

PS: Sem mágoas nem ressentimentos. Pelo menos da minha parte. Só fiquei desapontada porque fui pensando uma coisa, com uma coisa combinada, e lá o pessoal deu uma de jão-sem-braço. No final tudo deu certo, e aqui estou, com bom humor, relatando minhas desventuras a todos.

Um pesadelo chamado São Paulo Fashion Week – Capítulo II

Como a semana da moda pode acabar com sua paz interior, sua dignidade e com algumas boas amizades também!

Dia de ir para o lindo SPFW. Combinamos a viagem à SP para as 12 horas, então saí mais cedo do jornal, com a permissão dos senhores chefes.

As 11h00 liguei para a amiga, pra saber se deveria me dirigir até sua casa ou se alguém passaria na minha para irmos até a rodoviária. Mas a amiga não estava. De acordo com a empregada, estava no banco. 11h30 liguei de novo, mas ela ainda estava no banco. 11h50 a amiga me liga e avisa que vamos às 13h. “OK”, digo eu. Nem se a gente quisesse muito ir ao meio dia dava tempo né? Botucatu é pequena, mas não tem um só quarteirão.

O combinado era que um dos amigos participantes da aventura passaria me pegar às 12h30. “OK”, digo novamente.

12h30 e eu lá na garagem esperando o pessoal passar para irmos felizes, bonitos e cheirosos para o mundo fashion. 12h45 e eu lá na garagem esperando o pessoal passar... 12h55 e eu lá na garagem esperando o pessoal... Resolvi ligar pra amiga, e ela também estava esperando o amigo passar lá. 13h e eu esperando o pessoal....

13h05 e eu já estava na sala comendo Doritos e vendo televisão. Então minha amiga aparece em casa, buzinando. Corro entrar no carro sem entender nada e aí ela me explica que vamos para a saída da cidade, com a esperança de encontrarmos o busão.

No caminho ela me explica que o nosso amigo ligou pra combinar horário de saída, PORÉM.... a empregada dela “avisou” que meu PAI ia nos levar para a rodoviária.

Hã? Como assim? Meu pai nem estava na cidade! De onde ela tirou meu pai? De onde viemos? Para onde vamos? Tostines é mais fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é mais fresquinho? Por que tudo junto se escreve separado e separado escreve tudo junto? Bom, grandes mistérios da humanidade...

O importante é que chegamos à saída da cidade e estava lá o amigo e a irmã da amiga segurando o ônibus. Um atraso de apenas 20 minutos e todos os outros 40 passageiros nos olhando com muito amor, carinho e compaixão enquanto passávamos por eles... Era tanto carinho que nem tiraram a bolsa do banco pra gente sentar...Mas depois de todos devidamente acomodados, seguimos a deliciosa viagem de 3h30 para São Paulo...que durou apenas 5 horinhas!

Chegando à rodoviária, pegamos um lindo táxi para não demorarmos ainda mais com trocas de metrô e ônibus. E um táxi na hora do rush, como era de se esperar, só demorou apenas uma pequena horinha pra chegar até Moema. Nessa altura do campeonato, eu ainda queria ir pro Fashion Week, afinal, pra que eu fui pra São Paulo?

Mas infelizmente eu era a única com disposição...e todos os outros preferiram seguir pro bar. Eu achei aquele pouco caso com o Fashion Week meio suspeito, afinal no sábado não teríamos tanto tempo para aproveitar o evento né? Mas que opção eu tinha, se não seguir com a galera pro bar ou então ficar em casa vendo a novela das 7h?

E aí? Bebemos e fomos felizes para sempre? Na sexta a noite foi só alegria mesmo. Mas ainda tinha um ensolarado sábado na capital paulistana nos aguardando...

Beijos da Lola


Um pesadelo chamado São Paulo Fashion Week – Capítulo I

Como a semana da moda pode acabar com sua paz interior, sua dignidade e com algumas boas amizades também!

Fim de maio ou começo de junho. A data não importa muito. Foi quando uma simpática proprietária de loja em Lego City ofereceu 4 lindos convites do SPFW para uma grande amiga minha e idealizadora de um dos projetos para os quais eu trabalho. (Neste caso, a empreitada se chama Movimento Fashion, é um suplemento sobre moda dentro de uma revistinha local).

Tá certo então. Todo mundo ficou muito feliz, porque seria a primeira vez em muitos anos de comparecimento ao evento que todos os participantes estariam portando convites.

Eu nunca tinha ido, pois defino as diretrizes da minha carreira neste momento, porém, essa minha amiga e as outras pessoas convidadas já estão envolvidas com moda há algum tempo, sendo freqüentadores tradicionais do evento.

Pois bem. Uma semana para a viagem. Preparativos para o Fashion Week? Nenhum, ora. Pra que se preocupar? Pra que se cadastrar como imprensa, pra que garantir convites com assessorias das marcas, pra que, se já existiam quatro lindos convites nos esperando numa linda loja na Oscar Freire???

A única preocupação que rondava a cabeça dos futuros visitantes da Bienal era a roupa com que iríamos nos apresentar frente a maior comunidade fashionista do Brasil. Mas devido à falta de “tempo”, ninguém foi lá muito fashion mesmo... a preocupação teve uma morte súbita, por ausência total de recursos.

Então as preocupações giravam em torno da data escolhida para visitar a grande São Paulo. Resolvemos que um belo dia o sábado, 21, e ficaríamos até domingo, quando haveria o esperado desfile da Colcci com a nossa amiga Gisele.

Tá. E continuando a linha do tempo...dia 16 tive que avisar minha amiga de que não poderia viajar com eles, pois teria uma prova no domingo. Então, alguns dias depois ela disse que não haveria problema algum em irmos na sexta e voltarmos no sábado. “Desculpe Gi, não poderemos te ver dessa vez! Sorry dear!”.

A amiga me ligou na quarta à tarde ainda, pedindo para que eu jurasse que iria honrar o compromisso. E eu disse pra ficar tranqüila. Sexta estaríamos lá. Mas teríamos que voltar no sábado a noite, sem negociação.

E daí foi só alegria? Não, caros amigos. Ainda tem muito mais...

Beijo da Lola