sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Considerações sobre a dor


Terminar um relacionamento sempre é phoda. Dizem que até mesmo quando não se gosta tanto da pessoa é muito dolorido. Quando gosta muito então, a coisa beira o insuportável...

Então você se joga na cama – ou no sofá, depende do que estava mais perto quando você perdeu totalmente a compostura – e quando de lá tem coragem de se levantar ainda tem vertigem ou até mesmo perda temporária de visão.

A tontura pode ser também conseqüência de muitas horas sem comer nada, se você é do tipo que perde a fome. Em outros casos pode ter uns acessos “sugar-high” se é do tipo que come doces compulsivamente.

Se for do tipo que não dorme, pode ainda ter alucinações durante o dia. Se é do tipo que dorme 36 horas seguidas, além de perder a visão temporariamente e ficar tonta, também não vai nem conseguir se comunicar direito.

Isso sem falar da dor no peito, olhos inchados, dor de cabeça, travesseiros molhados, e por vezes até mesmo algum tipo de crise catatônica ou evento similar...

Essas são apenas algumas das reações imediatas, geralmente nas primeiras 24h, depois do fim de um relacionamento.

Como todos bem sabem, uma dor em determinado lugar é substituída por outra ocasionada em outro local do corpo, que por conseqüência distrai a atenção da primeira.

No livro Insustentável Leveza do Ser, de Milan Kundera, temos um bom exemplo de uma dor física provocada para aliviar uma dor emocional: a personagem Tereza enfia agulhas embaixo de suas unhas ao ver – em sonho - uma cena insuportavelmente dolorosa envolvendo seu amado.

Pois bem. Até então só achava a história muito interessante. Nunca imaginei que um dia eu seria a protagonista de uma cena bem similar. Não caros amigos neuróticos, não tive a coragem de enfiar agulhas sob as unhas para aliviar dores emocionais. Eu simplesmente apoiei meu pé, com toda a força, em cima de um finíssimo caco de vidro. Sem intenção alguma, é claro, porque eu não sou louca nem retardada. Mas pude constatar por A (meu pé) + B (o caco de vidro) que dores físicas superam instantaneamente dores emocionais profundas.

Mas a melhor parte está por vir: quando percebi o caco dentro do meu pé, tentei arrancá-lo com minhas unhas. E muito pior do que ter um caco de vidro enfiado debaixo da unha, fiquei com um pedaço de vidro perdido dentro do pé, pois o pedacinho que estava para fora se quebrou no momento em que o puxei. E ai precisei enfiar uma agulha no pé para arrancar o resto do caco lá de dentro.

Não recomendo esse método para ninguém. Por favor, não se machuquem. A coisa toda é muito rápida. Logo o caco sai e, depois de ter passado momentos de desespero, a dor passa completamente, sem deixar vestígio físico. E por conta do stress causado por um pedaço de vidro dentro do seu lindo pé, seu emocional ficará ainda mais abalado.



Beijo da Lola-abalada

2 comentários:

  1. eu costumo partir pra auto-destruição desenfreada, o que envolve muito alcool e ficar com pessoas erradas. Eu faço tanta merda que uma hora esqueço pq comecei a fazer isso...

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  2. eu simplesmente como igual um porco!

    ate ficar com dor de barriga!

    ai eu penso na dor de barriga....mas dai a dor de barriga passa!

    ai eu corro na serra igual um louco pra não engordar! mas continuo comendo...rsrsrsrsrs

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