No post anterior falei do caso de uma pessoa A que confunde uma pessoa B com uma pessoa C.
O segundo caso é basicamente mais “simples”, pois seria uma pessoa A que se confunde com uma pessoa B.
Muito confuso? Calma que eu explico melhor (ou não...)!
É engraçado como pessoas realmente se enxergam nas outras. Seres humanos, às vezes, servem de espelho para outros. Não é uma questão de identificação. É uma questão de enxergar-se em qualquer atitude de um próximo, sem que este próximo tenha necessariamente aquela característica.
Isso serve para o bem e para o mal. Uma pessoa “má” pode ver maldade numa outra que não é maldosa. Uma pessoa “boa”, pode ver bondade em alguém que não é bondoso. Uma pessoa neurótica, pode ver neurose em alguém que não é neurótico. E assim por diante...
(Nota de uma neurótica: Será que existem pessoas não-neuróticas?)
Relato em forma de exemplo prático, para clarear a idéia:
Recebi uma ligação de um ex-namorado. Conversamos às vezes, pra falar da vida e tudo mais. Ele é um bom amigo, um cara legal - com seus poréns, mas é.
Nesta ocasião, ele, sabendo que me encontro solteira, sugeriu que nos encontrássemos. Eu ia viajar, estou solteira-mas-não-disponível e ainda não estou louca nem com 50 anos, então recusei.
Ele então começou a recomendar que eu tivesse juízo na viagem, e outras milhões de recomendações pra minha vida de solteira.
(Observação: Estou solteira e sozinha, muito bem, obrigada há quase dois meses, e o cara vem me dar recomendações de juízo...)
E é exatamente ai que entra a minha mequetréfica teoria de que as pessoas A se enxergam em pessoas B, em determinados momentos.
Temos uma amizade muito sincera, e ele me conta praticamente tudo, até com quem ele sai. E eu afirmo: não são poucas garotas.
(Observação 2: Inclusive, descobri acidentalmente na conversa que, entre outras, ele está saindo com uma conhecida minha. Para a surpresa dele, que não sabia que eu conhecia a referida.)
Então acredito que o cara, num surto de confusão mental, me confundiu com ele. Porque eu não preciso de conselhos de juízo pra minha ajuizada vida de solteira-muito-bem-obrigada.
Tudo bem, o cara é meu amigo. Não estou dispensando conselhos. Conselhos são bem-vindos - e bem-idos algumas vezes também...
Mas é que a conversa ganhou um tom machista, do tipo “eu posso e você não pode”. Eu não me importo com o que ele faz. E eu não faço nada, então ele deveria se importar bem menos.
Acho que quando nos confundimos com o outro, quando o A se enxerga, sem saber, em B, acho que no fundo há a tentativa de se defender de suas próprias acusações...ou então de se dar um self-advice.
Beijos da Lola - praticamente em crise de identidade nessa altura...
Até um certo ponto, todos os Seres Humanos, independentemente do sexo, são iguais, e Freud explica isso.
ResponderExcluirEita, olha o Daniel tentando defender a 'laia'....
ResponderExcluirLiga não Lola, esses ex que acham que podem controlar as nossas vidas não estão com nada...rs
Bjos